Calor de um abraço quente

Vem,
A caminho dos meus braços,
Tenho saudades dos nossos abraços,
Vamos estreitar os laços que nos unem.

Estou carente,
Sinto falta do calor do teu abraço quente,
Da emoção que me deixa sorridente,
E contente
Da cabeça aos pés.

No teu abraço quente,
Me sinto em casa.
Quero voar
E ganhar asas
Para poder desfrutar,
Ao máximo aqueles momentos
Que fazem o tempo eu querer parar.

Preciso desse abraço,
Desse sorriso,
Desse laço
Que me enlaça devagar,
Que faz tanta coisa boa sentir
E despertar.

Quero o teu abraço quente,
Vou guarda-lo comigo,
Para que quando não puder estar contigo,
Sorria e te sinta sempre presente.

És o balanço das minhas emoções,
Pegaria nos meus versos e rimas,
Juntaria ao ritmo do meu coração
E faria canções,
Só para te ver sorrir.

Patrícia Gonçalves

Quatro gerações

Bonito,
Ver uma casa cheia,
Uma casa farta
Farta de amor,
Farta de alegria,
Farta de risos
E uma mesa farta
De gente com a barriga cheia.

Na casinha das recordações,
Onde pela noite fora,
Se cantaram canções,
E hoje em dia,
Tudo mudou
As canções viraram histórias
Para os pequenos irem dormir,
E todos para a cama pensarem ir.

Quatro gerações
Debaixo do mesmo telhado,
Tão grata sou,
Tão feliz estou,
Ao ver tanta gente
Junta e contente.

Haja bom tempo,
Sol sem ventania,
Amor e alegria,
Um sorriso alargado,
Um abraço apertado,
Que tudo isto seja eternizado
E nos nossos corações guardado.

Patrícia Gonçalves

Fado

Fado,
Como cresceste…
Como eras e como te tornaste,
Tantas barreiras contornaste.
Muitas da tuas letras foram rejeitadas
Por um estado, que a seu povo,
Deixava as mãos amarradas.

Diz-se ” Teu fado”
Como sinônimo de “tua vida ou destino”,
E no início e durante anos
Eram mais as letras tristes que alegres,
Mas o mundo estava em mudança.
Hoje, não podemos dizer
Que fado seja dança,
Mas tem mais cor e alegria
Que dor e sofrimento
E isso para mim foi um renascer
De um fado
Que nunca se deu por vencido ou acabado.

Fado,
Que tempos difíceis venceste,
Que das cinzas te erguer-te,
Hoje és Património Cultural
E Imaterial da Humanidade,
Foste e és,
Fruto da voz,
Do trabalho e da vontade
De tanta gente,
Que só pedia para ser ouvido
E para viver com dignidade.

Mais animado
Era aquele fado…
O fado corrido,
“A desgarrada”…
Faziam amigos e casais
Cantarem de manhã até à madrugada.

O fado cresceu,
Floresceu,
E uma vida ganhou.
Hoje é cantado
Por todas as gerações,
Mesmos os novos de idade
Sabem velhas canções,
E os avós que da mesma música
Ajudam a fazer novas versões.

O fado é vida,
É emoção,
É experiência vivida
Árdua e sofrida,
Mas também pode ser
Alegria que não cabe no coração,
Que dela faz poesia e canção.

Patrícia Gonçalves