Ah que sossego…

Que sossego,
É escutar os pássaros à noite
Depois das crianças irem dormir,
E tão belo é só esse som ouvir.

De dia aproveitamos o som,
Da alegria,
Do movimento colorido da criançada a brincar
pequenos
A correr e a saltar,
E nós, adultos com a atenção redobrada
A controlar as crianças com energia reforçada.

Que sossego,
Quando os  vão descansar,
Os adultos mais à vontade
Conseguem conversar,
Assim poder por um pouco relaxar.

Sossego,
É bom de desfrutar
Quando as preocupações
Não nos atormentam
E nos deixar envolver,
Pelo sossego que acalma os nossos corações.

Patrícia Gonçalves

Saudável confusão

Tão bom que é ver a casa cheia,
Barulho na mesa,
Numa alegria
Colorida,
Na mesa e ao seu redor.

Pode ser confuso,
Mas esta confusão
É saudável,
Saudável que baste.
Pois a presença de quem gostamos,
Dá uma nova vida ao coração
E é tão bom o tempo que juntos passamos.

São livros, brinquedos e tanta correria,
Quero aproveitar cada instante
Porque passa a correr,
Por mais que o tempo queira parar,
Vou na minha memória
Cada momento gravar
Para nada perder.

Patrícia Gonçalves

Fado

Fado,
Como cresceste…
Como eras e como te tornaste,
Tantas barreiras contornaste.
Muitas da tuas letras foram rejeitadas
Por um estado, que a seu povo,
Deixava as mãos amarradas.

Diz-se ” Teu fado”
Como sinônimo de “tua vida ou destino”,
E no início e durante anos
Eram mais as letras tristes que alegres,
Mas o mundo estava em mudança.
Hoje, não podemos dizer
Que fado seja dança,
Mas tem mais cor e alegria
Que dor e sofrimento
E isso para mim foi um renascer
De um fado
Que nunca se deu por vencido ou acabado.

Fado,
Que tempos difíceis venceste,
Que das cinzas te erguer-te,
Hoje és Património Cultural
E Imaterial da Humanidade,
Foste e és,
Fruto da voz,
Do trabalho e da vontade
De tanta gente,
Que só pedia para ser ouvido
E para viver com dignidade.

Mais animado
Era aquele fado…
O fado corrido,
“A desgarrada”…
Faziam amigos e casais
Cantarem de manhã até à madrugada.

O fado cresceu,
Floresceu,
E uma vida ganhou.
Hoje é cantado
Por todas as gerações,
Mesmos os novos de idade
Sabem velhas canções,
E os avós que da mesma música
Ajudam a fazer novas versões.

O fado é vida,
É emoção,
É experiência vivida
Árdua e sofrida,
Mas também pode ser
Alegria que não cabe no coração,
Que dela faz poesia e canção.

Patrícia Gonçalves

Andorinha

Voa andorinha
Voa,
Essa e a imagem que muitos de ti têm
E do barulho ensurdecedor,
E ao mesmo tempo encantador
que fazes,
Mas há tanto que ninguém vê.

Andorinha
Que voas atrás da primavera,
Batalhadora desde o primeiro voou
Que tanto te custou
Tanta coragem precisaste
E força usaste.

Andorinha
aí andorinha,
Que de tanto voar,
Parece que andar tua cabeça no ar.
Muito lutas-te para cá estares
Contra ventos e adversários
Em teu ninho e pelos ares.

Andorinha
Que do ninho voou,
Pelas cidades
E campos sobrevoou.
A travar desafios e amizades
Para um dia uma família formar,
Seu cantinho conquistar
E por vilas e aldeias
Também cantar.

Andorinha que voas sob cada flor
Misturas o teu preto e branco
Com tanta cor,
Que nossa vida vais pintando.
Numa estação que nos trás
A chuva, o sol e vento,
Essa mistura tela de cores
Vai o nosso dia alegrando.

O tempo vai passando,
Com o teu cantar
E essa palete de cores,
Nos vais animando
E no nosso rosto
Um sorriso desenhando.

Patrícia Gonçalves