Que sossego, É escutar os pássaros à noite Depois das crianças irem dormir, E tão belo é só esse som ouvir.
De dia aproveitamos o som, Da alegria, Do movimento colorido da criançada a brincar pequenos A correr e a saltar, E nós, adultos com a atenção redobrada A controlar as crianças com energia reforçada.
Que sossego, Quando os vão descansar, Os adultos mais à vontade Conseguem conversar, Assim poder por um pouco relaxar.
Sossego, É bom de desfrutar Quando as preocupações Não nos atormentam E nos deixar envolver, Pelo sossego que acalma os nossos corações.
Tão bom que é ver a casa cheia, Barulho na mesa, Numa alegria Colorida, Na mesa e ao seu redor.
Pode ser confuso, Mas esta confusão É saudável, Saudável que baste. Pois a presença de quem gostamos, Dá uma nova vida ao coração E é tão bom o tempo que juntos passamos.
São livros, brinquedos e tanta correria, Quero aproveitar cada instante Porque passa a correr, Por mais que o tempo queira parar, Vou na minha memória Cada momento gravar Para nada perder.
Fado, Como cresceste… Como eras e como te tornaste, Tantas barreiras contornaste. Muitas da tuas letras foram rejeitadas Por um estado, que a seu povo, Deixava as mãos amarradas.
Diz-se ” Teu fado” Como sinônimo de “tua vida ou destino”, E no início e durante anos Eram mais as letras tristes que alegres, Mas o mundo estava em mudança. Hoje, não podemos dizer Que fado seja dança, Mas tem mais cor e alegria Que dor e sofrimento E isso para mim foi um renascer De um fado Que nunca se deu por vencido ou acabado.
Fado, Que tempos difíceis venceste, Que das cinzas te erguer-te, Hoje és Património Cultural E Imaterial da Humanidade, Foste e és, Fruto da voz, Do trabalho e da vontade De tanta gente, Que só pedia para ser ouvido E para viver com dignidade.
Mais animado Era aquele fado… O fado corrido, “A desgarrada”… Faziam amigos e casais Cantarem de manhã até à madrugada.
O fado cresceu, Floresceu, E uma vida ganhou. Hoje é cantado Por todas as gerações, Mesmos os novos de idade Sabem velhas canções, E os avós que da mesma música Ajudam a fazer novas versões.
O fado é vida, É emoção, É experiência vivida Árdua e sofrida, Mas também pode ser Alegria que não cabe no coração, Que dela faz poesia e canção.
Voa andorinha Voa, Essa e a imagem que muitos de ti têm E do barulho ensurdecedor, E ao mesmo tempo encantador que fazes, Mas há tanto que ninguém vê.
Andorinha Que voas atrás da primavera, Batalhadora desde o primeiro voou Que tanto te custou Tanta coragem precisaste E força usaste.
Andorinha aí andorinha, Que de tanto voar, Parece que andar tua cabeça no ar. Muito lutas-te para cá estares Contra ventos e adversários Em teu ninho e pelos ares.
Andorinha Que do ninho voou, Pelas cidades E campos sobrevoou. A travar desafios e amizades Para um dia uma família formar, Seu cantinho conquistar E por vilas e aldeias Também cantar.
Andorinha que voas sob cada flor Misturas o teu preto e branco Com tanta cor, Que nossa vida vais pintando. Numa estação que nos trás A chuva, o sol e vento, Essa mistura tela de cores Vai o nosso dia alegrando.
O tempo vai passando, Com o teu cantar E essa palete de cores, Nos vais animando E no nosso rosto Um sorriso desenhando.
A vida é um rastilho de pólvora, Pois todo o passado Foi opção, Oportunidade, E tempo queimado E nada podemos mudar. Lições podemos aprender De nada nos arrender, Só temos de saber Quem somos E o que podemos dar. A liberdade Torna toda a opção válida, Mas temos de dar cor à vida Para não se tornar pálida.
Há quem diga Que pode ser triste ou alegre, Mas a verdade É que estranho seria A vida sem ela. Cores Que dão cor ao meu dia, Que a minha vida pintam, E se dela fizesse um quadro Não sei que cores escolheria. Ela me veste Me colora, Meu rosto cora E minha alma despe. Seu efeito dá sentido à vida.
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