Há quem acredite Que quando partimos vamos para o céu Será que este pensamento é só meu Ou também será teu?
Eu quero acreditar. Pois no céu eu imagino tantos rostos De entes queridos Ou só conhecidos Que tanto me ensinaram pelo seu ser Ou pelo seu modo de viver.
No céu desenho o rosto De quem não quero esquecer E no meu rosto ponho um sorriso Para que por mais triste que esteja Aos outros alegre possa parecer E quanto ao espelho me olhar Consiga gostar de me ver.
A vida passa num sopro, Tudo vem para nos ensinar, Por isso, não nos deixemos enganar E vamos sorrir e aproveitar.
Nos outros Vejo-a E até a sinto. Revejo-me Em partes da minha vida. É saber que estou inteira E ao mesmo tempo partida. A mente Criou cordas que me prendem. As palavras não saem, Só fragmentos do que está cá dentro, Sujeito a uma errada interpretação. As peças encaixam, mas a ordem está errada. Sei que tudo passa, E no banho, A água leva parte do que me carrega. Quero estar bem, Sorrir E ser feliz.
É de noite, E numa conversa Digo o que entendo por depressão.
“Sacana, De tantas caras, sorrisos E até olhares, Que entre quatro pareces Se desfazem em água Soltando a dor que vai no peito”
Será que falo na primeira Ou terceira pessoa do singular? Já não sei o pensar… Na vida dei tropeções, Também alguns encontrões. Cai e segui em frente, Será que já me levantei, Ergui-me e tombei?
O corpo, Está moído e cansado, Mesmo sem nada fazer. Fecho os olhos e foco-me, “Ergue-te uma e outra vez Até os cordeiros se tornarem leões” Se cai, Vou-me reerguer. Em mim tenho o amigo, Que me ajuda nas qualidades. Em mim tenho o inimigo, Que me põe para baixo… Ora abaixo-me, Calço-me, E sigo… Ao ritmo do vento E mesmo doendo, Sigo aprendendo, E sorrindo ao espelho. Vendo-me a cara sorrindo, Talvez faça a alma sorrir.
De certo Vou descobrindo, Sorrisos em alguém… E nesses minha alma sorri.
Espelho, Perante ti Nos olhos me olho E me questiono… Quem fui? Quem hoje sou? Que lições ainda me faltam? E se os outros de mim falam? Que atitude terei? Qual será o meu caminho? Como será o meu trajeto? Que dizes sobre mim?
Espelho Sussurra-me Que destino será o meu? Questões, Que me faço, E em consciência Meus caminhos traço.
Meu rosto lavo, A cabeça ergo, Respiro, E a vida enfrento. As barreiras Estão em nós, À que acreditar, Focar, Os nossos medos enfrentar.
Não temas o amanhã, O dia começa de manhã E depressa sabemos Que ainda há tanto pela frente.
O espelho Não te dá respostas, Mas é essa A adrelinalina da vida. As batalhas Dão-nos feridas E curas… Somos seres em mutação, Aprendemos com a cabeça E com o coração.
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