Entre o cinza e o verde

Sou ser
Do cinza de cidade,
Sempre com atenção
À responsabilidade
E aos perigos
Que acarreta a liberdade
Nesta terra.

Com raízes no verde campo
Onde passei parte da minha juventude,
Com a presença de pais, tios e avós,
Me ajudaram a desatar alguns nós
Que a nossa personalidade
Cria.

Que bom seria
Se podessemos todos
Ter o melhor dos dois mundos.
Que bom seria ter
Um cantinho para relaxar
E verdinho
Para em condições respirar.
Que bom seria ter,
Em cidade
Ver mais árvores nos passeios,
E mais espaço para caminhar sem receios.

Em nossa mente tudo é melhor
Vamos seguir andando
como os ponteiros do relógio,
Sempre em frente seguindo,
Atento aos bons momentos
Que nos vão surgindo.

Patrícia Gonçalves

Oh cravo

Oh cravo,
Que com um simples gesto,
Cravaste uma data.
Oh cravo,
Que diferentes memórias
E significados
Tens para diferentes seres.

Oh cravo
Que és símbolo de mudança,
Que tudo o hoje temos
A esse dia o devemos.

Oh cravo
Que em Portugal,
Tanto mudaste,
E que tantas vidas,
Cá dentro e lá fora,
Alteraste.
Foi tanto sofrimento
No antes e no depois,
Mas que não seja em vão,
A bravura na altura demonstrada
E a coragem de cada um dos que deram voz
Tinham no coração.

Oh cravo,
Símbolo da voz do povo,
Da vontade do povo,
Que com o cravo numa mão
E com cravos de trabalho noutra,
Soubemos dizer não.
E tudo o que hoje temos,
A esse dia o devemos.

Oh cravo,
Que não sejas esquecido,
E levado mais além.
Que no futuro haja um povo mais unido,
Protegido,
Que aquilo que chamam “Poder”
Seja bem atribuído.

Oh cravo,
Para muitos tens significado,
Para esses és símbolo de um dia
Para sempre lembrado
Com muitos nervos,
Esperança
E alegria.
Para outros tantos és feriado,
Que mesmo para esses,
Que desse dia nada têm lembrança,
Que tenham o conhecimento,
Que honrem o dia,
Vivendo o dia-a-dia
Com esperança
E harmonia.
Que a dor passada,
Seja lembrada.
Que a liberdade
Seja honrada,
E valorizada.

Oh cravo,
Que mostras hoje
Que o político tem palco,
Mas o povo é plateia,
Que não se deixa prender na teia,
E junto fala mais alto.
Que não se quebre esta a corrente,
E que o valor humano
Esteja sempre presente.

Patrícia Gonçalves

Povo

Povo,
Que tanto sofreste pelo que hoje tens direito.
Povo,
Que destes voz e união,
À esperança que muitos traziam ao peito.
Povo,
De força e coragem,
Foram a voz
Do que muitos traziam no coração,
Mas que por medo permaneceram sós.
Povo,
Que lutas-te,
E de amarras nas mãos te ergueste.

Povo de hoje,
Se hoje és livre,
E cada erro pode ser apenas asneira,
Pensa de outra maneira,
Pensa,
Que nem diferente podias ser,
Se em pé querias permanecer.
Pensa
E luta,
Toda a vida tem valor,
E esta liberdade,
Conquistada com muita dor,
Suor
E amor.
Valoriza aos que te ajudaram a ter voz.

Patrícia Gonçalves

Liberdade

Eu sou,
Eu sinto,
Eu quero,
E em nada te firo ou magou
Quero ser livre
E expressar-me sem julgamentos.

Tenho os meus conceitos,
Que por mim foram feitos,
Pelo caminho que tracei,
Por tudo que passei,
Pelo que me foi ensinado,
E por cada momento passado.
Pois cada vida é uma música,
Que toca de jeito diferente,
Pois cada um sabe quem é,
O que quer
E o que sente.

Ouvi algures,
“Minha vida é meu fado”,
Nem todos têm de gostar,
Entender,
Ou compreender,
Mas sim respeitar

Viver,
Deve ser como uma dança,
Cada um tem seu jeito,
Ninguém tem de pisar
ou faltar ao respeito.
Põe um sorriso no rosto
E dança…
Liberdade é respeito pela vida de cada um.

Patrícia Gonçalves