Mulher

Quem és tu mulher,
Não aceites que algo te derrube,
És árvore de frutos,
Mesmo se não os destes,
Não aceites menos do que tu mereces.

Tu tens de ser a tua prioridade,
Trata-te com respeito e seriedade.
Mulher,
Não precisas do brilho de ninguém,
Se estás sozinha um dia encontrarás alguém
Que aceite brilhar contigo,
Seja amor ou amizade,
Que se deão valor,
Na alegria ou na dor.

Mulher,
Que tanto passas em silêncio,
Orgulha-te do que até aqui passaste,
Ninguém sabe o que priorizaste.
Muitos te julgaram,
E muitos preferem imaginar
Ou supor antes de contigo falar.

Mulher,
És fonte de vida,
Não és apenas um ser com viagem de ida,
És mulher com força e poder,
Gere essa energia
Que nada te roube a alegria,
E se achares que a perdeste,
Lembra-te do que passaste e viveste.
Nunca desistas de ti,
Olha-te ao espelho e sorri.

Patrícia Gonçalves

Abril em Portugal

Como foi antes daquela madrugada?
Como é agora?
Cada um conta a versão de lhe convém,
À medida que o povo contava cada vintém,
Até que um dia
Aquela gente decidiu não ficar parada.

Suprou um vento de mudança,
Que emporrou
Quem hoje chamamos de heróis.
Não se tratava de ser melhor,
Mas sim,
De podermos ser,
Podermos estar,
Podermos viver,
Podermos amar.
Só assim,
Depois de darmos voz
Ao que o coração em silêncio dizia
E pelos nossos direitos lutar,
Fizemos da coragem um movimento
E com sentimento,
Vergar que a nós o fazia.

Foi assim em Abril, em Portugal.
Muito mudou,
E muito há ainda por mudar,
Direitos que apenas em papel
Se fazem parecer,
Há quem com muita palavra
Nos tente manipular.

Ser humano é respeitar
A opinião,
Opção de cada ser
E é ser livre de sua vida viver.

Patrícia Gonçalves